Via as amigas conversando.
Uma dizia que queria ser aquela atriz, a loura do filme da Sessão da Tarde.
Outra queria ser a cantora da música que não parava de tocar nas rádios, aquela inglesa.
Pensou.
Não lembrava de querer ser nenhuma atriz, cantora famosa ou outro artista de qualquer tipo.
Apenas, às vezes, não queria ser ela.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Boris e Eraldo - Simples
É claro que a dupla de cabelo colorido "fanta uva e laranja" chamavam atenção. Mesmo num ambiente universitário. Os únicos que pareciam não se impressionar eram os inspetores, faxineiros, enfim, todos que participavam do corpo administrativo. Agiam como se aquelas figuras fossem visitantes que constantemente apareciam. Até trocavam intimidades com piscar de olhos, comprimentos com o polegar e alguns "opa! Tudo bem?"
Já os alunos, declaravam sua insatisfação com caras estranhas e olhares de "que porra é essa?", principalmente quando tinham o infortúnio de se deparar com as camisas das figuras estranhas. Uma era laranja, combinando com o penteado estranho do dono, com a frase "Foda-se a internet. Eu leio a Barsa" e a outra, mais fácil de definir como um pano de chão com cortes para passar cabeça e braços, tinha "caralhinhos voadores" desenhados a mão. Óbvio que os estudantes não estavam achando aquilo legal nem "puta! que idéia foda!" O que incomodava era: "Porra, quem deu direito a esses caras usarem frases com palavrão ou desenhos pornográficos? Pior, porque a gente não pode?"
A visita estava chegando ao fim, a dupla já estava no último corredor da faculdade em direção ao portão principal. Mas é claro que algo tinha que acontecer. Dessa vez foi uma coisa bem simples que disparou a indignação do cabeça de fogo. A última porta do corredor tinha um placa avisando "Sociologia Turma 111". Sociologia. Dá pra acreditar que esse foi o problema dessa vez? Socio - logia. Que azar.
Bem, o senhor "cabelo tons de por do sol na paria de Ipanema com direito a aplausos" leu aquela palavrinha e, visivelmente insultado, adentrou na sala. Ignorando a cara de espanto do professor e seus alunos, decorreu o seguinte discurso:
- Sério! Vocês tem que entender que é tudo mais simples do que vocês imaginam. Vou tentar explicar de uma maneira bem sintética, do jeito que, na verdade, a questão é. Todos querem ter tudo. Mas é impossível todos terem tudo. Para se ter tudo, alguns tem que ter muito pouco. Por isso existem três tipos de pessoas. O primeiro tipo chamarei de Realizados. Eles estão no poder, logo tem tudo, ou a sensação. E para se manter no topo da pirâmide criam, e recriam quando necessário, a moral - do latim normal. A moral faz com que os outros dois grupos sejam recompensados quando fazem o que é considerado normal e punidos quando fogem da normalidade. Para patrocinar e punir o segundo grupo, os Ascendentes Resignados, que também querem ter tudo um dia, se fazem necessários. Por último, e menos importante, estão os Seguidores, que, deixe-me ser criativo, hummm, obedecem já que eles não tem nada. Então, o objeto de estudo da Sociologia deveria ser somente, e tão somente, a relação entre esses três grupos. Assim, vocês chegariam mais rápido a conclusão que por mais que exista um grupo que cria, outro que promove a criação e um último que acha legal, flutuar entre os grupos é uma questão de escolha, vindo do exercício do comportamento privado e o teatro público. Sei, ficou meio conceitual esse final, mas não tem problema, já falei sobre os três grupos, o resto vocês podem fazer sozinho.
Normalmente, nesse tipo de situação, surgiria um silêncio que teria sua maturidade atingida em 30 segundos. Só que não foi o que aconteceu. Um aluno se levantou e começou a falar como se fosse possível ricochetear uma bola de canhão com uma pena de galinha:
-Você disse que a questão é sintética, mas apresenta como função majoritária da Sociologia três grupos e além disso formaliza um produto final de extrema abstração. Não concordo com sua visão, prefiro continuar como o objeto de estudo a sociedade. Simples assim.
- Simples assim, é? Tá bom. - pausa para fingir que aceitou - Sapo!
Ninguém pode perceber, mas o único aluno que foi capaz de reagir prontamente ao desafio de questionar a definição de sociologia "bem sintética, do jeito que, na verdade, a questão é" teve seu cérebro trocado com um Telmatobius culeus, um sapo, que existe apenas em um lugar remoto na terra. É claro que tamanha transmigração de massa cefálica teve um impacto drástico no poder de cognição do rapaz, que ainda conseguiu, brilhantemente, sentar-se e abrir levemente a boca, estado em que se encontrava a grande maioria das bocas que habitava a sala. O que deixaria orgulhoso, famoso e rico o descobridor da rara espécie de anfíbio. Pois teria conseguido, com esta evidência, por fim, provar a capacidade desse animal em imitar movimentos humanos.
Na saída da faculdade o diálogo entre o estranho par foi inevitável:
- Eu pensava que você iria falar sobre aquele negócio de "areia e cimento. Tudo se resume a areia e cimento. O que é natural e o que o homem pode fazer da natureza."
- Isso é a questão final da Filosofia.
- Ah tá. Bem, podemos ir lá no Titicaca ver como ficou?
- Ficou o que?
- O sapo. Quero ver como fica um sapo com mais de 2 quilos de neurônios na caixola.
- Não. Vai você. Fico com dor de cabeça em lugares de grandes altitudes.
Já os alunos, declaravam sua insatisfação com caras estranhas e olhares de "que porra é essa?", principalmente quando tinham o infortúnio de se deparar com as camisas das figuras estranhas. Uma era laranja, combinando com o penteado estranho do dono, com a frase "Foda-se a internet. Eu leio a Barsa" e a outra, mais fácil de definir como um pano de chão com cortes para passar cabeça e braços, tinha "caralhinhos voadores" desenhados a mão. Óbvio que os estudantes não estavam achando aquilo legal nem "puta! que idéia foda!" O que incomodava era: "Porra, quem deu direito a esses caras usarem frases com palavrão ou desenhos pornográficos? Pior, porque a gente não pode?"
A visita estava chegando ao fim, a dupla já estava no último corredor da faculdade em direção ao portão principal. Mas é claro que algo tinha que acontecer. Dessa vez foi uma coisa bem simples que disparou a indignação do cabeça de fogo. A última porta do corredor tinha um placa avisando "Sociologia Turma 111". Sociologia. Dá pra acreditar que esse foi o problema dessa vez? Socio - logia. Que azar.
Bem, o senhor "cabelo tons de por do sol na paria de Ipanema com direito a aplausos" leu aquela palavrinha e, visivelmente insultado, adentrou na sala. Ignorando a cara de espanto do professor e seus alunos, decorreu o seguinte discurso:
- Sério! Vocês tem que entender que é tudo mais simples do que vocês imaginam. Vou tentar explicar de uma maneira bem sintética, do jeito que, na verdade, a questão é. Todos querem ter tudo. Mas é impossível todos terem tudo. Para se ter tudo, alguns tem que ter muito pouco. Por isso existem três tipos de pessoas. O primeiro tipo chamarei de Realizados. Eles estão no poder, logo tem tudo, ou a sensação. E para se manter no topo da pirâmide criam, e recriam quando necessário, a moral - do latim normal. A moral faz com que os outros dois grupos sejam recompensados quando fazem o que é considerado normal e punidos quando fogem da normalidade. Para patrocinar e punir o segundo grupo, os Ascendentes Resignados, que também querem ter tudo um dia, se fazem necessários. Por último, e menos importante, estão os Seguidores, que, deixe-me ser criativo, hummm, obedecem já que eles não tem nada. Então, o objeto de estudo da Sociologia deveria ser somente, e tão somente, a relação entre esses três grupos. Assim, vocês chegariam mais rápido a conclusão que por mais que exista um grupo que cria, outro que promove a criação e um último que acha legal, flutuar entre os grupos é uma questão de escolha, vindo do exercício do comportamento privado e o teatro público. Sei, ficou meio conceitual esse final, mas não tem problema, já falei sobre os três grupos, o resto vocês podem fazer sozinho.
Normalmente, nesse tipo de situação, surgiria um silêncio que teria sua maturidade atingida em 30 segundos. Só que não foi o que aconteceu. Um aluno se levantou e começou a falar como se fosse possível ricochetear uma bola de canhão com uma pena de galinha:
-Você disse que a questão é sintética, mas apresenta como função majoritária da Sociologia três grupos e além disso formaliza um produto final de extrema abstração. Não concordo com sua visão, prefiro continuar como o objeto de estudo a sociedade. Simples assim.
- Simples assim, é? Tá bom. - pausa para fingir que aceitou - Sapo!
Ninguém pode perceber, mas o único aluno que foi capaz de reagir prontamente ao desafio de questionar a definição de sociologia "bem sintética, do jeito que, na verdade, a questão é" teve seu cérebro trocado com um Telmatobius culeus, um sapo, que existe apenas em um lugar remoto na terra. É claro que tamanha transmigração de massa cefálica teve um impacto drástico no poder de cognição do rapaz, que ainda conseguiu, brilhantemente, sentar-se e abrir levemente a boca, estado em que se encontrava a grande maioria das bocas que habitava a sala. O que deixaria orgulhoso, famoso e rico o descobridor da rara espécie de anfíbio. Pois teria conseguido, com esta evidência, por fim, provar a capacidade desse animal em imitar movimentos humanos.
Na saída da faculdade o diálogo entre o estranho par foi inevitável:
- Eu pensava que você iria falar sobre aquele negócio de "areia e cimento. Tudo se resume a areia e cimento. O que é natural e o que o homem pode fazer da natureza."
- Isso é a questão final da Filosofia.
- Ah tá. Bem, podemos ir lá no Titicaca ver como ficou?
- Ficou o que?
- O sapo. Quero ver como fica um sapo com mais de 2 quilos de neurônios na caixola.
- Não. Vai você. Fico com dor de cabeça em lugares de grandes altitudes.
sábado, 15 de novembro de 2008
Boris e Eraldo - Reinventando
A mulher que falava na televisão tinha um título, segundo a faixa que ficava no canto inferior da tela, de PhD em Genética. Ela concluía sua tese:
" Então, não podemos afirmar que o projeto Genoma é um completo desperdício de tempo. Mas também está longe de agregar entendimento da biologia em nosso ecossistema. Pelo menos nos livramos da Ilusão que o Gene poderia explicar as leis que regem a vida. O maior problema agora não é ter que começar do zero. E sim descobrir como desmontar a invenção da Teoria da Evolução Moderna Darwinista que está impregnada no consciente coletivo."
-Caralho! Puta quil paril! - O Rapaz de cabelo azul e camisa desbotada com a frase "Você, pra mim, é problema seu" se levantou do sofá, colocou a mão na cabeça e olhou para seu companheiro que continuava sentado sem esboçar nenhuma reação.-Vou ter que inventar outra coisa agora. Porra, esse negócio do DNA funcionou por tanto tempo. - Lamentou o rapaz e sentou-se novamente.
Seu amigo, que só era diferente pela cor do cabelo, um laranja vibrante, e pela camisa que, ao invés de uma frase, tinha um smile estampado, falou calmamente: - Por que você não tenta prende-los novamente no paradigma religioso?
- Eu tentei. Tentei mesmo. Mas só tive sucesso nos países de terceiro mundo e no interior dos Estados Unidos. Preciso de algo que cole mundialmente, que engane estes merdas por mais uns mil anos.
- O que você está pensando? - perguntou o de cabelo laranja que degustava agora um cafezinho e uma rosquinha de polvilho.
- Não sei direito. Acho que vou lhes dar um pouco da verdade. O que você acha disso - estendendo os braços e formando uma tela com as mão, da mesma maneira que um jornalista pensa uma manchete, continuou - "Começará com uma simples descoberta. Dois garotos que conseguiram participar do programa de pesquisa espacial brasileiro enviando brotos de feijão para o espaço, vão perceber acidentalmente partículas estranhas em suas plantinhas usando um procedimento banal com Iodo, coisa de quinta série. Essas partículas, serão estudadas e em pouco tempo perceberam que elas se apresentam em toda forma de seres vivos. O mais interessante é que ao conseguirem separar essas moléculas, que eles irão chamar de "conglomerado de Freitas-Paulino" graças aos meninos, irão perceber que são capazes de produzir o mesmo fenômeno que a sinapse cerebral, concluindo assim que todo ser vivo, por mais simples que seja, tem a capacidade intelectual. O último estágio será quando um grupo de cientistas especializados em semi-condutores esbarrar com o conglomerado em metais como silício, assim criando a teoria final da "Poeira cósmica inteligente" que unirá as físicas mecânicas e quânticas sobre o véu de tudo estar a trabalho de uma inteligência superior universal que busca em toda a criação o sentido da sua própria existência."
O "Pooorraaaaa!" que saiu da boca do seu companheiro veio misturados com perdigotos de café e rosquinha - Dar um pouco da verdade? Caralho, você está contando tudo. Idiota! Vai falar pra eles escutarem o disco da Arca de Noé ao contrário também? "Rua dos Bobos número zero"! Hein seu idiota? Vai falar também onde nos estamos agora? Panaca!
- Panaca não sua entidadezinha de meia-tigela.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Competência
Pronto chefe! Tá aqui a equipe que montei. Vou apresentar do jeito que me pediu:
Esse é o Tony Pé de Chumbo, ele vai ser nosso motorista. Ele faz Barra/Niterói em 6,2 minutos, usa a teoria do 100 Sinal, sabe né? Aquela que diz que a probabilidade de bater atravessando o sinal vermelho a 100Km/h é menor que parar na faixa. Louco né?
Esse outro aqui e o Betinho Pé de Cabra, vai ser nosso segurança e cuidar dos possíveis embates físicos já que não vamos poder usar armas de fogo. Foi treinado em Israel, sabe contornar uma situação de até 20 pessoas querendo nos meter porrada. Como é mesmo o nome dessa técnica?
“A técnica do Judas Voador.”
Isso mesmo! Bem, Ta aqui também O João de Cesamo. Porque te chamam assim mesmo?
“Abra de Cesamo”
Ah é! Bom, ele arromba qualquer coisa. Faz aquela parada de trancar a gaveta com a chave dentro pro chefe ver?
Fluft. “Feito.”
Sinistro né? E por último e não menos importante, trouxe também o Henrique Castro Albuquerque, dono de mais de R$ 18 milhões em barras de ouro, que é quem a gente vai roubar.
“Tô fudido.”
Esse é o Tony Pé de Chumbo, ele vai ser nosso motorista. Ele faz Barra/Niterói em 6,2 minutos, usa a teoria do 100 Sinal, sabe né? Aquela que diz que a probabilidade de bater atravessando o sinal vermelho a 100Km/h é menor que parar na faixa. Louco né?
Esse outro aqui e o Betinho Pé de Cabra, vai ser nosso segurança e cuidar dos possíveis embates físicos já que não vamos poder usar armas de fogo. Foi treinado em Israel, sabe contornar uma situação de até 20 pessoas querendo nos meter porrada. Como é mesmo o nome dessa técnica?
“A técnica do Judas Voador.”
Isso mesmo! Bem, Ta aqui também O João de Cesamo. Porque te chamam assim mesmo?
“Abra de Cesamo”
Ah é! Bom, ele arromba qualquer coisa. Faz aquela parada de trancar a gaveta com a chave dentro pro chefe ver?
Fluft. “Feito.”
Sinistro né? E por último e não menos importante, trouxe também o Henrique Castro Albuquerque, dono de mais de R$ 18 milhões em barras de ouro, que é quem a gente vai roubar.
“Tô fudido.”
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