Pastelzinho Drink

domingo, 20 de janeiro de 2008

Visão 0°C

Estou sendo acusado de generalista pelo meu último post. Que bom. Pois, afinal, sim acho que todos são farinha do mesmo saco. Pode ser até que o saco seja diferente, mas a farinha é a mesma, e se tratando de Brasil, é de mandioca.

Só consegue entender o conceito de diferença o ser que questiona sua igualdade perante os ordinários. E é essa falta de questionamento que continua me incomodando. A poucos dias atrás, após descrever o batizado como “um ritual legal onde convidados ficam em função de uma criança, tirando fotos, fazendo votos e depois jogam água na cabeça do pequeno e acham lindo vê-lo chorar”, fui acusado de ter uma visão muito fria sobre as coisas.

Eu é que tenho super-poderes de ar-condicionar nossa realidade ou as pessoas que enfeitam demais nossa realidade?

O que é uma noitada? Um ritual onde machos e fêmias aptos a copular se reúnem em um lugar escuro onde encontram drogas e podem expor seus dotes atrativos.

O que é a praia? Uma faixa de areia entre a terra e o mar onde se é permitido mostrar o corpo com adereços menores que a roupa intima de cada dia.

O que é um blog eu deixo pra vocês.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Soft whoredom

Nossas mulheres ficam impressionadas com o estilo de vida que as mulheres do oriente médio são obrigadas a levar. “Como é que pode, ter que ficar usando aquela burca. Parecem um fantasma azul.” Mas tente agora imaginar o que as muçulmanas devem falar das nossas mulheres. Acho que serial algo assim: “Como é que pode, ter que alisar o cabelo todo dia, depilar as partes íntimas por mais que seja insuportavelmente dolorido, usar um sapato com um salto tão alto que faz mal a coluna e por isso tudo ter que ficar escutando gracinhas de todos os homens na rua.” Você pode até pensar que aqui “pelo menos temos escolha.” Será?

Bom, mas eu quero falar de uma situação muito pior de falta de crítica e questionamento do que se é imposto. Hoje em dia nossas garotas adoram sair na noite para curtir. Até aí tudo bem. Só que cada vez mais elas querem aproveitar mais e pagar menos. Se não precisar pagar então, que beleza! É aí que sem perceber, nós homens, colocamos nossas garotas no papel que sempre queríamos. O papel de puta.

Todo mundo sabe que não há almoço de graça. O mesmo serve para a noitada. Pode parecer pra você, garotinha, que tudo o que você está consumindo é um bônus, um presente. Mas não de graça. Alguém está pagando por isso.

Esse modelo de balada cresce cada vez mais. As garotas entram até um determinado horário de graça(?). Até uma certa hora a bebida é liberada. Ao começar a madrugada, as porteiras do curral são abertas e é liberada a entrada dos homens. Mais uma vez, quem pagou até agora a luz do estabelecimanto, o Dj, a bebida e assim a diante? Fica claro que esse prejuízo vai ser repassado para os homens.

Façamos um paralelo com a prostituição. Existe sempre alguém que está disposto a pagar por sexo - vamos chamá-lo de meliante, alguém agenciando essa demanda – o gigolô, e alguém disposto a receber por sexo – a prostituta. A única diferença entre o modelo convencional de prostituição e o modelo que as boates vêm usando é o modo disfarçado de se vender “favores sexuais.”

A pouco tempo atrás, não acharia necessário continuar a desenvolver e concluir o raciocínio. Mas como comentei anteriormente, “a realidade e um conjunto de absurdos que se escolhe não questionar.” Então vou até o fim e prometo ser estupidamente claro.

Nossos rapazes vão para noite a trás de sexo. Só não vale pagar diretamente por isso. Pois aí não contaria como “ponto” entre os amigos. Assim temos nossos lobos em pele de cordeiro, meliantes disfarçados de rapazes. A boate fica só na gerência – escolhe as mulheres, controla os horários, libera as drogas para tudo ficar mais suave. Esse papel só pode ser do gigolô. Adivinha o que sobrou para nossas amigas? O papel principal, o de PUTA.

Fico pensando como deveria agir o rapaz que tomou um veto de uma garota nesse tipo de estabelecimanto. O procedimento correto deveria ser entrar em contato com um dos seguranças que prontamente iria se dirigir a garota e avisa-lhe que “não queremos seu tipo aqui. Se não quiser trabalhar pode ir embora. Seus patrocinadores não estão satisfeitos com sua performance.”

É claro, você ponde pensar que uma comparação entre as profissionais da vida e as baladeiras é muito forçada. Afinal de contas nossas mulheres ao serem colocadas lado a lado com raparigas podem sempre dizer que “pelo menos temos escolha.” Será?

domingo, 6 de janeiro de 2008

Fogos de artifício

No outro dia comentei com um conhecido que odeio fogos de artifício que só fazem barulho. Disse que não havia nenhum propósito para sua existência. Ele me disse que há, sim, um propósito para eles, e não apenas irritar pessoas do bem. Ele me disse que são sinais de alerta. Que pessoas que não têm telefone usam morteiros e afins para comunicação.

Será que existe um código? Uma espécie de código morse absurdamente mais barulhento? E se existe, o que essas pessoas precisam comunicar dessa forma? Será que elas não podem andar até a casa da pessoa com quem querem falar e dizer o que for?

Acho que existe um motivo para tais seres humanos viverem sem telefone, isolados de tudo e todos. Os fogos são só uma desculpa para eles extrusarem sua verdadeira essência.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Aki Jaz Ortografia

É sabido que muitos usuários da Internet (sou contra a palavra internauta para designar quem usa a Internet, acho idiota) modificaram e continuam modificando a grafia correta de muitas palavras. Particularmente acho isso mais idiota do que usar a palavra internauta. Veja bem, eu não me refiro aqui às abreviações. Mas cada vez que vejo a letra k substituindo um "qu" sinto vontade de dar uma bofetada na pessoa que fez a famigerada substituição. E qual é a explicação para isso? Nenhuma. Isso mesmo, nenhuma. Você que está lendo pode ter pensado "ah, mas isso facilita, as palavras ficam mais curtas, logo, escreve-se mais rápido, comunica-se mais" ou qualquer outra coisa, mas a verdade não é bem assim.

As pessoas que fazem uso do internetês (também acho essa palavra idiota, mas vou utilizá-la muitas vezes) foram alfabetizadas como todo mundo, e ninguém aprende a escrever assim. Logo, a pessoa acostuma-se a escrever de tal forma, fazendo uso da grafia correta das palavras do léxico. Eu sei o que você está pensando, tem gente que escreve tudo errado, mesmo sem substituições mongolóides, e é verdade. Mas deixemos essas pessoas fora do tema proposto, certo? Voltando ao assunto, todos aprendemos a escrever as palavras como elas realmente devem ser escritas, e gastamos tempo e esforço para conseguirmos isso. Aprendemos que, mesmo tendo som de "z", a grafia correta é "casa", que c+e ou c+i não têm som de "que" ou "qui", que todo mundo fala "múinto", mas que escreve-se "muito". Tudo isso é apenas parte das milhares de regras e convenções que nós aprendemos desde tão pequenos, e fomos, com o passar do tempo, acostumando-nos a elas, aprendendo a escrever corretamente (ou não. Ah, deixa pra lá, combinamos de esquecer isso).

Pois bem, perceba agora meu ponto: a adoção do internetês como forma de escrita on-line primordial é extremamente trabalhosa. É uma nova forma de escrever com a qual você deve acostumar-se. Eu imagino as pessoas que escrevem dessa forma quando decidiram começar... Não vou nem entrar no mérito do motivo imbecil pelo qual alguém resolve começar a escrever assim, mas nevertheless, a pessoa se dá o trabalho de se policiar para conseguir. Aposto que a maioria, no início, escreve uma frase e fica usando o backspace muitas vezes para "consertar" o internetês. Escrevem "aqui", mas não é assim, então elas voltam, apagam e substituem por "aki". Agora você entendeu o que eu quis dizer, se já não tinha entendido antes. Isso, em vez de facilitar, dá um trabalho enorme. Eu não lembro direito da minha época de alfabetização, mas imagino que tenha sido difícil receber tantas informações ao mesmo tempo enquanto aprendia algo novo, mas, quando eu escrevo algo em internetês, zoando alguém ou alguma coisa, eu acho difícil. Eu tenho que prestar atenção à grafia para a frase sair de forma retardada. Fico voltando, tirando o "qu" e colocando "k" no lugar, mudando "ão" para "aum". É espantoso que tanta gente escreva assim.

Além de toda a dificuldade para se acostumar a usar o internetês, ainda há o problema de mantê-lo separado do português normal. Afinal, ninguém pode entregar um trabalho na faculdade escrito em internetês. Então a pessoa tem o trabalho de aprender uma nova forma de escrever, manter a antiga, e não se confundir ao fazer uso da ortografia correta, porque dá um trabalhão revisar tudo assim, até porque a pessoa já se acostumou e acaba não vendo o internetês perdido no meio do non-internetês.

Mas tem uma coisa que me irrita mais do que o internetês. É o internetês aleatório. Por internetês aleatório eu quero dizer o seguinte: às vezes a grafia escolhida é "aqui", e outras vezes "aki". Isso deveria acontecer, creio eu, no período de transição da pessoa. Quando ela inicia o uso do internetês. Porém, volta e meia vejo pessoas que conheço fazendo uso do internetês aleatório quando claramente elas não estão na fase de transição, isto é, sua grafia primordial é a normal, praticamente tudo que elas escrevem é com a grafia correta do português, mas lançam, aleatoriamente, um "naum" aqui, um "aki" acolá etc.

Por quê? POR QUÊ? Eu sinceramente não consigo compreender. Aliás, não compreendo nem mesmo o internetês regular. O que leva alguém a adotá-lo? Será que é cool? Definitivamente não é cool, mas será que algumas pessoas são realmente tão sem noção que acham legal? Pelo menos o internetês regular é uma opção que foi escolhida e seguida. Eu consigo, de alguma forma demente, respeitar isso, pois há um mínimo de coerência. Já o aleatório é impossível de respeitar, sendo totalmente errático e despropositado.

Faço aqui, então, meu apelo: se ao ler esse texto você identificou que faz uso do internetês aleatório, policie-se. Seja para escrever corretamente ou para adotar o internetês regular. Escolha um caminho e siga-o. Mas, de preferência, que esse caminho seja o de só tocar na tecla da letra k para escrever um nome próprio ou em outros idiomas.